
Você já ouviu o termo hermafrodita? Provavelmente sim, mas aqui vai um convite para deixar essa palavra no passado. Além de ser pejorativa e cientificamente incorreta, ela reforça estigmas perigosos e desumaniza pessoas intersexo, que merecem mais do que rótulos antiquados: merecem respeito, reconhecimento e prazer sem vergonha.
O que significa ser intersexo?
Intersexo é um termo guarda-chuva que se refere a variações naturais no corpo, genitais, hormônios, cromossomos, que não se encaixam exatamente nas definições tradicionais de masculino ou feminino. Isso pode ser visível ao nascer ou descoberto mais tarde, durante a puberdade, por exemplo.
É mais comum do que se imagina. Cerca de 1 a 2 em cada 100 pessoas nascem com alguma variação intersexo. Ou seja, corpos intersexo existem, sempre existiram e fazem parte da diversidade humana, mesmo que por muito tempo tenham sido silenciados.
Por que “hermafrodita” não é o termo certo?
Porque além de não refletir a realidade das pessoas intersexo, ele carrega uma carga histórica de fetichização, desinformação e preconceito. “Hermafrodita” remete à ideia falsa de alguém com dois sexos completos, o que não existe em seres humanos.
Mais do que isso, esse termo foi e ainda é usado de forma ofensiva, como se esses corpos fossem aberrações ou criaturas exóticas. Trocar hermafrodita por intersexo é um gesto simples, mas poderoso. É dizer eu vejo você, com respeito e verdade.
Intersexo também é desejo, é prazer, é identidade
Cada corpo intersexo é único e isso, longe de ser um problema, é uma possibilidade. Possibilidade de explorar o prazer sem regras rígidas, de viver a sexualidade com mais liberdade, de redescobrir o que é bonito, excitante e real em si.
Claro, isso só é possível num ambiente de acolhimento. A vergonha e o silêncio são os verdadeiros vilões. Mas quando existe respeito e espaço para ser quem se é, o corpo responde com tesão, com intensidade, com vida.
Informação liberta e pode ser bem gostosa também
Falar sobre intersexo não é só quebrar um tabu. É abrir caminhos para o cuidado, para a empatia e para o prazer consciente. É dizer sim à diversidade, sim à curiosidade com respeito, sim a um mundo onde ninguém precisa se esconder para ser amado.
Corpos intersexo não são estranhos. São reais. São lindos. São dignos de afeto, de tesão e de tudo que o amor e o sexo podem oferecer quando vêm acompanhados de verdade.

